quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eternas indagações II



O que cabe no meu poema?

O afeto fétido da América Latina?

A angústia do mundo?

As estradas de minha infância?

O trigo e o joio?

As curvas do teu corpo?

A ventania de todos os dias?

As espadas que se irmanam?

a rebeldia das sílabas?

A lágrima dos mortos?

As pálpebras de Cecília Meireles?

Os meus cabelos quase todos brancos?

Os óculos de Drummond?

O terno branco de José Alcides Pinto?

A última estrela da manhã?...

Meu poema tudo suporta,

Tudo lhe é cabível.

Até o que não imaginas....

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