segunda-feira, 2 de abril de 2018

Leonora


Leonora ,és tu nestas sombras?
Em silêncio te apoias nos portais
Destas portas sempre abertas
Leonora,  estás aqui sem palavras
Não vejo tuas vestes, nem teus olhos
Acreditei que não vivias entre os mortais
Vendo-lhe nesta noite não lhe tenho temores
Leonora, estou a ler os teus lábios
um outro idioma chega aos meus ouvidos
Fumaste antes de vir aqui?
Tinhas esse vício?
Não o percebi no convívio que tínhamos
Leonora, não és  tu algo me diz
Leonora, Leonora já te vais?
Poe, poeta americano caminha  contigo
Exibindo-te um corvo. (23/03/18)


Verdes anos

a mulher do próximo
se aproxima
eu a quero muito
próxima a mim
a mulher do próximo já esteve nos meus braços
quando era mais jovem e solteira
eu brincava com ela no quintal
nos meus verdes anos
nos esquecíamos do tempo
mas ele passava e vozes mandavam-me  ir embora
meus lábios iam vermelhos dos beijos teus. 



Minha pátria


A minha pátria é onde está meu coração
A minha pátria é onde oculto meu tesouro
A minha pátria é a língua da flor
Na boca do beijo-flor
É a flor do Lácio entre fitas
Prendendo os cabelos da moça dos meus desejos
Que pátria real tenho diante dos meus olhos!!
Tão amada
E nada me dar
Nem um aceno

Minha voz


estiquei minha voz nos teus cabelos
deixei-a lamentando tua partida
deixei-a indo e vindo
com dizeres pelo teu corpo
não teve jeito
foste embora
e a minha voz exausta se aquieta
num silêncio que ainda persiste
em falar.