sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Tantas senhoritas







Encontro pela vida tantas senhoritas
Todas lindas de endoidecer
Penso até no que não presta mas é bom
Umas me querem como pai
Outras aceitam o poeta que há em mim
E outras tantas não querem nada
Nem a poesia que lhes destino. (16/12/15)


Paraíso do consumo








Ando pelo shopping consumindo e sendo consumido
Minhas sacolas de desejos pesam
Dói- me os ombros
As pernas estão exaustas
Sento-me
Descanso-me junto as sacolas
Mulheres belas ou não desfilam próximas a mim
Sondando nas suas almas e nas vitrines suas vontades
Propondo realizá-las
E o tempo passa entre minhas sacolas
Não o sinto passar pois estou a rir de duas mulheres
Que afagam o pomo- de- adão de um jovem
Não estou a rir das carícias pois as desejo também
Rio do rapaz exibindo sua saliente laringe
Às mão afetuosas das Evas do paraíso do consumo. (25/12/15)

Tuas palavras





São as tuas palavras na minha boca*
Nos meus versos
Na minha poesia
São os teus rastros no meu caminhar
Tua sina na minha
Tua voz nos meus ouvidos
E a palavra se transfigura entre nós
Fazendo-se nova
Buscando outros rumos
Que desconhecemos. (08/11/13)



Verso inicial de Pablo Neruda *

Desejo







Quero comer teu pé como uma intacta amêndoa*
Tenho-o nas mãos
Meus lábios dançam sobre ele
Minhas narinas se deslizam
Na pele deliciosa do teu pé
Que mantenho próximo à boca
Decidida dos seus desejos. (24/10/13)

*verso inicial de Pablo Neruda


Ósculo






Deixei um ósculo no seu rosto
Dizendo que eu voltaria
Ficaste a desenhar sentimentos
Em uma folha de papel
Que resistia às vadiações do vento. (28/09/13)