sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Da minha terra

 iracema

iracema

tu dormes nua no meu poema

depois de teres me coberto

depois que eu te cobri

iracema

iracema

eras a virgem dos lábios de mel

dos verdes mares da minha terra

iracema

iracema

agora tu tens a flor deflorada

mas tu domes feliz comigo

no teu sonhar. 

 

Dia de domingo

 na fila

a fala

o stress

o silêncio

na fila

uma linha reta

uma linha curva

que se desenha no piso do mercantil

na fila

tantos pés

pernas diversas

até se inquietam

mas não andam. 

 

Aparição de final de agosto I

 tu vens com os teus micróbios sorrindo para mim

ficamos próximos

minha boca na tua

nossos micróbios se unem ou se devoram

neste instante do beijo

tudo é tão gostoso sob o céu

mas tu te vais e o que me resta são memórias e salivas sobre os lábios.