quinta-feira, 13 de abril de 2023

Labuta de Sísifo

 Ao terminar um poema respiro

Como se findasse uma meditação

Olho a minha volta e ainda estou aqui

Sentindo tantas coisas entre os mortais

Vendo o que ninguém ver

com palavras novas para ouvidos

que não querem ouvir. 

 

Passando com o tempo

 

Se me encontrares no meio do mundo

Não me reconheça

Se me encontrares no meio do mundo

Siga seu caminho e não olhe para trás

Se me encontrares no meio do mundo

Não me destine acenos

Se me encontres no meio do mundo

Não me olhe nos olhos

Se me encontres no meio mundo

Duvide do que julga ver

Se me encontrares no meio do mundo

Seremos silêncios passando com o tempo.

Numa total invisibilidade.

 

Na memória

 

vendo-lhe mulher feita

recordei quando tu eras uma menina

e num abraço eu te erguia do chão

tua mãe não gostava disso

mas tu gostavas

quando me vias corrias para mim

para ficares nas alturas

nos meus braços.