terça-feira, 3 de dezembro de 2019

No que existe


indo e vindo
no cotidiano
no remorso
na culpa
na desculpa
o dedo da morte
no fim do dia
no azar
no tempo
na bala perdida 
na emboscada
o dedo da morte
na esquina
no ar
nos pensamentos
na solidão
o dedo da morte
em tudo que vive e existe. 




Explícito




não te mates, Carlos
estou sem um amor mas estou aqui
fui ao mar molhei minha dor
corri na areia mas não me matei
não te mates, Carlos
Fernando Pessoa veio me dizer
que tudo vale a pena
estou deveras convencido disso
quanto a ti Carlos, não te mates. (23/11/19)






Hoje



hoje eu só quero pensar em ti
se vieres me ver nada te direi
ficarei a ver os teus olhos verdes
se me disseres algo só me aterei à suavidade da tua voz
não tecerei argumentos
porque hoje eu só quero pensar em ti
na tua presença
ou na tua ausência.