terça-feira, 1 de janeiro de 2019
Manifesto para esses dias
o poeta se inspira
luta com palavras
se engasga com fonemas
fica entre metáforas
o poeta combate os desejos
acata-os
busca a realidade das coisas perdidas
encontra-as quando não as procura
sente-se perdido na rua deserta
volta-lhe a memória e seus passos se vão
o poeta é um, é dois, é mil porque é o que é
e mesmo que haja demora
a poesia não o deixa falando sozinho pelas ruas da cidade
quando ele fala sozinho é porque deita versos no vento
que lhe vem das distâncias trazendo-lhe recados das amadas
que não mais hão de voltar.
Desse jeito
não tem mais jeito
o proposto
o posto
posto está
será deposto?
exposto?
não sei
quem sabe?
o tempo
o que eu sei é me deitar em versos
e não surtar
porque não tem mais jeito
bebamos deste cálice
passaremos essa travessia bêbados
se for possível nos virá o riso
será melhor assim.
o que eu sei é me deitar em versos
e não surtar
porque não tem mais jeito
bebamos deste cálice
passaremos essa travessia bêbados
se for possível nos virá o riso
será melhor assim.
Tua nudez
tua nudez é fala e silêncio diante dos meus olhos
tua nudez é linguagem e barulho dos fonemas
nos meus lábios
na minha voz
tua nudez não tem enigmas e se deita nos meus versos
desprovida da vergonha que tu tinhas antes de me conhecer
tua nudez sempre tua para ficar ou para ir embora.
na minha voz
tua nudez não tem enigmas e se deita nos meus versos
desprovida da vergonha que tu tinhas antes de me conhecer
tua nudez sempre tua para ficar ou para ir embora.
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