quinta-feira, 9 de abril de 2009
terça-feira, 7 de abril de 2009
POSSE
Os sinos dobram para os vivos
Chamando-os à casa do Senhor
É domingo e alguém chorará
No Gugu ou no Faustão
E os prisioneiros das telinhas ou dos telões
Se apossarão das lágrimas alheias.
Inocêncio de Melo Filho
Chamando-os à casa do Senhor
É domingo e alguém chorará
No Gugu ou no Faustão
E os prisioneiros das telinhas ou dos telões
Se apossarão das lágrimas alheias.
Inocêncio de Melo Filho
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Profecia
A profecia se cumpriu
Ganho meu sustento com o suor do rosto
Perdi o paraíso
Mas sei quem sou
E com estou...
Inocêncio de Melo Filho
Ganho meu sustento com o suor do rosto
Perdi o paraíso
Mas sei quem sou
E com estou...
Inocêncio de Melo Filho
Ímpar
Trinta e três
Fala e respira o tuberculoso
Trinta e três
Fala e respira o aniversariante
Tinta e três é número ímpar.
Fala o numerólogo...
Inocêncio de Melo Filho
Fala e respira o tuberculoso
Trinta e três
Fala e respira o aniversariante
Tinta e três é número ímpar.
Fala o numerólogo...
Inocêncio de Melo Filho
Gestação
Guardo na boca palavras para um poema
Que não quer chegar
Se o poema não chegar
Onde despejarei as palavras ansiosas
Que me incomodam os dentes?
Inocêncio de Melo Filho
Que não quer chegar
Se o poema não chegar
Onde despejarei as palavras ansiosas
Que me incomodam os dentes?
Inocêncio de Melo Filho
(In) submisso
Aos doutores das letras do Ceará
Eis me aqui
Com mais uma morte cravada na alma
Sem poder erguer um protesto.
Eis me aqui indefeso
Submisso ao império dos vermes
E dos seus brasões
Definidores da razão
No universo das letras.
Inocêncio de Melo Filho
Eis me aqui
Com mais uma morte cravada na alma
Sem poder erguer um protesto.
Eis me aqui indefeso
Submisso ao império dos vermes
E dos seus brasões
Definidores da razão
No universo das letras.
Inocêncio de Melo Filho
Costitucional
Tens domicílio inviolável
Tens liberdade de expressão
Não serás torturado
Mas um outro dia vem
E nos revela em plena luz
A outra face da lei...
Inocêncio de Melo Filho
Tens liberdade de expressão
Não serás torturado
Mas um outro dia vem
E nos revela em plena luz
A outra face da lei...
Inocêncio de Melo Filho
Minha Canção do Exílio
Para o índio Galdino, assassinado em Brasília.
Minha terra tem palmeiras
Ainda canta o sabiá.
Raia o dia ergue-se o poeta.
Alegrias escassas é o que temos cá.
Minha terra tem índios
Escassos como as alegrias.
Chora o açum preto
Chora o sabiá
Chora este poeta do ceará.
Minha terra tem palmeiras
Não gorjeiam, pois são palmeiras.
Aqui, ali e acolá
Alegrias escassas é o que temos cá.
Inocêncio de Melo Filho
(22/04/97)-Sobral-Ce.
Minha terra tem palmeiras
Ainda canta o sabiá.
Raia o dia ergue-se o poeta.
Alegrias escassas é o que temos cá.
Minha terra tem índios
Escassos como as alegrias.
Chora o açum preto
Chora o sabiá
Chora este poeta do ceará.
Minha terra tem palmeiras
Não gorjeiam, pois são palmeiras.
Aqui, ali e acolá
Alegrias escassas é o que temos cá.
Inocêncio de Melo Filho
(22/04/97)-Sobral-Ce.
Sisifismo
Meu professor de português é um sujeito simples
E composto de decência
Ainda se conduz na sua bicicleta
Identificando objetos diretos e indiretos
Por onde passa
Reconhece-os bem e ergue os verbos
Deixando-os escorrer nas linhas das suas mãos
Transfigurando-os em transitivos
Nos períodos que edifica nas ágeis pedaladas
Que o farão chegar,ele sempre chega
E a flor do Lácio floresce entre nós
Exalando o cheiro inicial da sintaxe
Do tempo dos mortais.
Inocêncio de Melo Filho
E composto de decência
Ainda se conduz na sua bicicleta
Identificando objetos diretos e indiretos
Por onde passa
Reconhece-os bem e ergue os verbos
Deixando-os escorrer nas linhas das suas mãos
Transfigurando-os em transitivos
Nos períodos que edifica nas ágeis pedaladas
Que o farão chegar,ele sempre chega
E a flor do Lácio floresce entre nós
Exalando o cheiro inicial da sintaxe
Do tempo dos mortais.
Inocêncio de Melo Filho
Pelo Ralo
Revelação
Vejo-me no rosto do meu relógio
Entre números
Submisso às ações do tempo
Que se revelam no meu ser.
Inocêncio de Melo Filho
Entre números
Submisso às ações do tempo
Que se revelam no meu ser.
Inocêncio de Melo Filho
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