Transfiguro seu cheiro em palavras
Desenho seus lábios nas linhas dos versos
Beijo-os entre verbos
Que não se fazem carne
No tecido poemático
Dos desejos intermináveis. (14/05/09)
Sei que não estás aqui
és ausência
na existência transitória dos mortais.
És saudade
sentida na brevidade do tempo
deste dia.
Carrego minha cruz e minha paixão
Pelas ruas da cidade
Convicto do calvário e da morte
É a sina que me deste
Hei de cumpri-la
Que se cale a voz descrente
Que se faça a vossa vontade
Não recorrerei às profecias
Pois já sei o que me aguarda
No fim do túnel
Entre luzes e trevas. (06/07/09)
Ergo-me diante de ti
Com a rigidez de um túmulo
Abatido pela ação do tempo
Sem sorriso para exibir.(25/011/06)
Cansei-me de querer vê-la
Encontrei-a
Nada senti
Pois estava exausto
Do excesso dos desejos.(17/12/06)
Deitei seu corpo nu
Na calçada suja de batom
Cobri-lhe com meu corpo
Todos os atos se consumaram
Ficamos exaustos
O sono veio
Nós o acolhemos debaixo da lua.(23/12/06)
Deixo-lhes minha angústias
Impressas nas vossas memórias
Vou-me sabendo que estão convictos
Das vossas mediocridades
Sei que sofrem
Mas nada podem fazer por vós mesmos
Nem por ninguém.
Tudo está consumado
Que nos venha o que merecemos. (02/05/09)
Tu eras uma sereia
Quando ignoraste o meu olhar
Mas o tempo passou
Ficaste feia
E o meu olhar
A ti não mais se destinou.