sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tecedor


Para Joyce Mesquita

Perto de ti sou poeta

Transfiguro seu cheiro em palavras

Desenho seus lábios nas linhas dos versos

Beijo-os entre verbos

Que não se fazem carne

No tecido poemático

Dos desejos intermináveis. (14/05/09)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Brevidade

Sei que não estás aqui

és ausência

na existência transitória dos mortais.

És saudade

sentida na brevidade do tempo

deste dia.

Caos

Após o caos

O caos

O grito

O silêncio

Uma lágrima abre caminhos

No solo da face exausta.


Sina


Carrego minha cruz e minha paixão

Pelas ruas da cidade

Convicto do calvário e da morte

É a sina que me deste

Hei de cumpri-la

Que se cale a voz descrente

Que se faça a vossa vontade

Não recorrerei às profecias

Pois já sei o que me aguarda

No fim do túnel

Entre luzes e trevas. (06/07/09)

Terceiro dia

Ergo-me diante de ti

Com a rigidez de um túmulo

Abatido pela ação do tempo

Sem sorriso para exibir.(25/011/06)

Exesso

Cansei-me de querer vê-la

Encontrei-a

Nada senti

Pois estava exausto

Do excesso dos desejos.(17/12/06)

Atos

Deitei seu corpo nu

Na calçada suja de batom

Cobri-lhe com meu corpo

Todos os atos se consumaram

Ficamos exaustos

O sono veio

Nós o acolhemos debaixo da lua.(23/12/06)

The end

Deixo-lhes minha angústias

Impressas nas vossas memórias

Vou-me sabendo que estão convictos

Das vossas mediocridades

Sei que sofrem

Mas nada podem fazer por vós mesmos

Nem por ninguém.

Tudo está consumado

Que nos venha o que merecemos. (02/05/09)

Cantiga para zangar mulher

Tu eras uma sereia

Quando ignoraste o meu olhar

Mas o tempo passou

Ficaste feia

E o meu olhar

A ti não mais se destinou.