domingo, 3 de maio de 2015

Sua espera






A linha férrea se estica sob o céu azul
Seu olhar segue distâncias
Sem acompanha-las
Sua espera se inquieta
Seus pés ensaiam andanças
Pois sozinha estás
E a noite já vem. (03/05/15)



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Espera
























Ana
Mira
Anda
Mas não vem
Ana
Mira a dor
Anda
Para alcançar minha espera
Para me ver com roupas novas
E barba feita
Fica a espera
Ana
Mira
Anda
Mas não vem... (12/09/13)

Prece do homem do século XXI




















Que não nos falte o pão nosso de cada dia
Que não nos falte a justiça justa
Que não nos falte a solidariedade
Que não nos falte o abraço sincero
Que não nos falte um ombro amigo
Que não nos falte os encantamentos
Que não nos falte a poesia das coisas implícitas
E explícitas
Que não nos falte desejos e vontade de continuar
Entre os mortais
Que não nos falte a conformação e a inconformação
Tudo na medida certa
Como se fosse uma receita em harmonia
Com os ingredientes
Como se fosse uma oração
Necessária aos viventes
Na divina comédia do viver... (19/07/13)

Cumplicidade





Ponho em suas mãos os “mimos do vento”
Ponho em suas mãos meu poema mais recente
Ponho em suas mãos as letras secretas dos meus versos
Ponho em suas mãos o ritmo do meu coração
Ponho em suas mãos a canção solitária que me segue
Pelos caminhos dos meus ancestrais
Ponho em suas mãos meu livro dileto
Ponho em suas mãos meu olhar desejoso
Ponho em suas mãos minha sina
Ponho em suas mãos as profecias que se cumpriram em mim
Ponho em suas mãos o canto do galo
Que nos quer tecendo as manhãs dos nossos dias
Nos melhores tecidos dos nossos desejos... (13/05/13)

Sábado




















Mais um sábado
Mais uma cerveja
Mais um copo
Na mesma mesa
Do mesmo bar.
O tempo passa
A mulher que eu desejo passa
Só não passa essa solidão
Que se avoluma em mim... (04/05/13)

Para Audifax Rios




















Pararam de contar os teus dias
Nem sabias
O tempo que tinhas acabou
Nem sabias
Estavas com os teus
Na tua aldeia
Tudo se irmanando
Era tua chegada
Incontáveis chegadas
Mas a indesejável das gentes
Seguiu teus rastros
Pois desejava calar tua voz
No sono que trazia nas mãos
Para que nada adiasse
A tua partida. (26/04/15)