sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Socraticamente

o tempo passa
o ano passa
eu passo
tu passas
e as malas batem
o que era novo fica velho
tecemos despedidas
o ano que virá será novo ou repetirá cenas do cotidiano
diante dos mortais?
vem-nos a metafísica
indagações de plantão
e eu só sei que nada sei. 

Até que ele venha II



suja

limpa

limpa

suja

até que finde o tempo

até que finde a respiração

e nos venha o grande sono. 

Até que ele venha I


 deito-me

falta-me o sono dileto

volto para a sala

fico entre livros

o vento da meia noite me encontra lendo

fecho o livro e fico a sentir

essa delícia eólica.