sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Serenamente


Tudo jaz no campo-santo
Tudo esstá em paz no campo-santo
Os ventos brincam entre os jazigos
As folhas murchas caem
Serenamente sobre a terra
Que come os sonhos, as ilusões,
Os corpos, os sexos...

Mais frágil


levaste meu chão quando fostes embora
meus caminhos não os encontrei mais
fiquei errante
um adarilho sem par
indiferente ao tempo e a sua passagem
olho meu pulso
o relógio não sei onde o deixei
os dias passam
o tempo passa
é fato
e tudo vai ficando mais frágil.

O que resta



Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
O medo se avoluma e o silêncio pesa como se fosse matéria
O retrato na parede aos gritos para ninguém ouvir
Os cômodos  da casa com suas memórias
Mostram-se exaustos das brincadeira do vento
Que faz distãncias porque é  o seu desejo
E o que resta é a certeza do novo dia
Com a chegada das pirraças eólicas.

O primeiro verso é de Carlos Drummond de Andrade.