Nenhum anjo torto
Mandou-me ir ser gauche na vida
Ouvi minha voz imperativa
E fui-me.
Não tenho armas
Mas posso me revoltar
Tenho mãos
Farei os ventos moverem
Os moinhos e a história...
A morte não me quis
Destinou-me aos meus afetos e desafetos
Para que minha sina persista
E a minha luta não se esgote
Entre os mortais. (07/04/10)
Maltratam-me seus olhos verdes
Não me olhes mais
Se não me queres
Deixe-me ir com o vento
Levando na memória os olhos teus. (10/04/10)
Não faça mungangos
Não torça o nariz
O poema não fede
Nem cheira
O que exala fedor
É o papel que o acolheu. (24/05/10)