sexta-feira, 5 de abril de 2024

Revelação vespertina

 Espelho, amigo verdadeiro


Venho a ti com o meu olhar de agora

Tu me revelas como estou

Não me ocultas nada

Afago meu rosto diante de ti

Sondo o que me exibes

De nada discordo

Deslizo os dedos nos cabelos brancos

E me vou sem mágoas do meu amigo.



O verso que inicia o poema é de Manuel Bandeira  

Saber matinal

 

o vento sabe meu nome

leva-o aos teus ouvidos

o vento sabe meu nome

e levanta tua saia

o vento sabe meu nome

e brinca nos teus cabelos

o vento sabe meu nome

desliza-o no teu corpo

o vento sabe meu nome

e isso me basta. 

 

O verso que se repete serve de título ao livro de Izabel Allende 

 

 

 

Palimpsesto vespertino

 



tudo jaz

porque a profecia se cumpriu

nem uma sílaba foi poupada da promessa

as dores do céu se irmanaram as dores da terra

não ficou pedra sobre pedra

e as que tinham garganta gritaram.