Poeta José Alcides,
conterrâneo da ribeira,
que rima incêndio com morte,
mulher com bunda e traseira
daqui vai o meu abraço,
ao escritor de primeira,
bom no verso,bom na prosa
na arquitetura altaneira;
que de Santana,do Estreito,
lança a palavra ligeira,
fecunda como a semente
que cai do Rio na beira;
das praias do Acaraú,
(do Reino, a outra fronteira),
uma corrente nos liga,
literatura é a esteira,
é a rede, o chão, o mormaço,
a cantoria, a certeira
pontaria do jagunço,
a paz da espreguiçadeira,
o cafuné, a novena,
a lamparina, a leseira
da sesta à tarde,o grasnar
da insidiosa,agoureira
coruja rasga-mortalha
que pousa na cumeeira;
poeta José Alcides,
descendente , como eu,
do padre Antônio Thomaz,
que morreu mas não morreu,
continue produzindo
a palavra saborosa,
tão necessária à existência
como é o feijão e a rosa,
porque, iguais a você,
nesta terra desditosa,
bem poucos foram ou serão
bons no verso,bons na prosa.
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