Alcides, velho poeta de guerra,
Hoje percorri as margens do velho Capibaribe,
Nesta cidade do Recife, por onde as águas afortunam
E idiomas aquáticos praticam namoros e saudades...
Vi o rio em suas águas turvas e pensei em ti,
Que um dia percorreu estes caminhos saborosos,
Avistou suas margens,
A torre das igrejas, as várias pontes, o vai e vem dos barcos suaves
E o trânsito das pessoas...
Pensei em ti, poeta, e minhas lágrimas afogaram-se no Capibaribe...
Pensei em ti e o rio foi o espelho do passado,
Onde convergiu a tua imagem ás páginas do livro que lia...
Alcides, sabemos que a poesia
Tem sido para nós o pão de cada dia, a misturar-se com pedras lapidadas,
Suor e lágrimas,
Páginas viradas entre consolos e alegrias,
O pó do caminho, a viragem da janela mais alta...
Alcides lembrei-me de ti ao lado do Capibaribe,
Vendo as águas calmas, socorrendo para longe
A fluidez de minhas palavras,
O abandono de minha saudade...
Alcides, velho poeta de guerra,
O mesmo rio que te embalou a vida – o velho Acaraú de tua terra,
Sobeja no Capirabaribe, também o sinto, como um pedaço daquelas águas,
Uma passagem de tristeza e de saudade...
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