sábado, 1 de junho de 2019

Agora eu sei




agora eu sei que o pão da terra nunca foi repartido
falta pão e sobra mesas no poema
avoluma-se a fome e a miséria nas ruas
nossas mãos viram como se partilha no templo
mas deixaram esse saber cair por terra
e ficaram gordas de ambições
agora de posse dessa certeza
olho as minhas mãos injustas
ergo-as ao infinito para que Tu me ensines a escrever nelas
novas linhas de bondade e de justiça.


O verso inicial é de Francisco Carvalho



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