(Publicado na revista mundo jovem em 1992)
Que ninguém o faça
Que ele se refaça
Nos seios esqueléticos
Das mudanas que eu não conheci...
Que ele sangre das pedras
E se transforme em pães
Para alimentar os filhos
Os filhos que eu não fiz
Que ele grite nas capoeiras
Que ele dance ciranda
Que ele pule nas praças
Que ele fecunde os ventres
Todos os ventres sedentos
E faça com que nas madrugadas
Surjam choros inéditos
Novas crianças
O poema que eu não fiz
Que ninguém o faça
Que ele se refaça
No seu silêncio...
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