quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Sina

não sou um deus sou apenas um poeta

se subo o monte nenhuma musa espera por mim

subo o monte e sofro porque o pão não é partilhado

uns com muito e muitos sem nada

a liberdade por um triz

o medo domando jovens e velhos

como não sofrer nesse contexto?

não sou um deus sou apenas um bicho do mato

que um dia se descobriu poeta por sofrer demais

as dores do mundo doem em mim

escrever é o meu jeito de fazer justiça

falar versos aos ventos

deixá-los escritos é minha sina

completa minha existência de mortal.   

Lua de agosto



lua cheia de agosto

bolacha fogosa sobre a cidade

bolacha fogosa da minha infância

nas alturas sobre nós

não sacia a fome dos homens Mas enche os meus olhos de encantos.

Perto do fim

 quanto mais conto os dias

mais próximo fico do meu fim

vai ficando o calendário com riscos e anotações

após o meu sétimo dia de ausência

ele e outras tralhas irão para o saco preto de lixo.