quarta-feira, 19 de novembro de 2025
(In)domável
sou poeta desta cidade há mais de 30 anos
e ainda estou no espelho do anonimato
andando pelas ruas, sou visto e reconhecido?
sei que sou poeta desta urbe
o que ela sabe de mim?
vou e volto, vivo e morro
nestas idas e vindas
e ela nada sabe das minhas travessias
sou indomável, sou poeta
penduro poemas nos varais
solto minha voz no ar
avolumo poemas nos livros
o vento leva-os para longe?
mas para onde?
vasta é esta cidade mais vasto é o meu coração
terra que ninguém anda.
Coração de poeta
meu coração não é terra de ninguém
é terra desconhecida no meu peito
teus passos não ficaram lá
teu cheiro não domou minhas narinas
só Deus sonda estas terras do meu lado esquerdo.
Em tudo
outubro chegou ao fim
vejo-me mais moço
transbordando esperanças pelos poros
a felicidade fez-me companhia
e a solidão não deu as caras por aqui
não me faltou palavras para um poema
porque a poesia é minha amiga
e eu a vejo em tudo até na minha caneca dileta.
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