segunda-feira, 1 de julho de 2013

Lídimo



Para Leonilia Pessoa

Sinto saudade da sua voz
Que subsiste em mim
Chamando-me  de poeta
Legitimando o que eu sou
Entre os mortais
Indiferentes a minha sina
Que se cumpre como se fosse
Uma profecia. (14/10/11)



Quando tenho asas




Para Rebeca Sales Viana

Quando tenho asas
Me reconheces
Quando tenho asas
Vens a mim
Quando tenho asas
Queres voar comigo
Quando tenho asas
Falas que sou seu homem
Quando tenho asas
Alcanço seus infinitos
Quando tenho asas
Me exibes sua tatuagem dileta
Quando tenho asas
Nada te veste
Só os tecidos dos meus desejos. (02/07/11)



Ausência





Não consigo dormir
Sinto falta das suas costelas
Misturando-se às minhas
Nas noites insones
Que não me abandonam
Onde estás agora?
Indago a mim mesmo
Nesta cama larga
Convicto do tempo que passa
E do sono que não chega.





Ser entre nós


Qual o papel do papel?
Guardar palavras inconfessáveis?
Registrar  nossos lamentos?
Dar voz ao que se registra?
Documentar o que não se digitaliza?
Abarrotar lixeiras?
Deixar-se levar pelo vento?
Esbarrar em nossas mãos?
Amontoar-se nas sarjetas?
Afinal, qual o papel do papel?
Ser papel entre nós.