quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Na minha memória

 

encostaste as virilhas no meu cotovelo esquerdo

enquanto passavas por mim no corredor do ônibus

virilhas quentes tu tens

virilhas sob o jeans azul

virilhas ardentes ficaram na minha memória

avolumando os meus pecados. (29\11\23)

 

Na cidade

 

transeuntes

calçadas

andanças

olhares

indiferença

cidade sob o sol

presépio

todo dia sob o céu

no tempo que passa

no presépio permanente

na urbe que não ver. (30\11\23)

 

Ponte infinita

 

eu canto para me consolar

meu grito é um protesto

meu poema é a minha forma de fazer justiça

eu canto

eu grito

e ao parir meus poemas pela cidade

vou-me completo

sendo negro com os negros

e pobre com os pobres

para que minha cantiga os anime

e o meu grito não os deixe dormir

por muito tempo. (07\12\23)