sábado, 1 de abril de 2017

Trovas





Ainda verei minha musa?
O desencontro persiste
Desde que partiste
Com a minha blusa.



Em silêncio me dizias adeus
Só agora consigo entender
Por isso vivo a sofrer
Porque nem beijei os lábios teus.




Sinto vontade de afagar-lhe a bunda
Quando te jogas nos meus braços
Esse desejo me afunda
No laço dos teus abraços.



Sabrina sempre na minha trova
Deitando-se nos meus versos
Pondo-me à prova
Dos seus encantos diversos.

Aquela dona




Aquela dona que a desfrutaste bem
Hoje a vi na rua
Uma aliança brilhava no seu dedo
A juventude ainda lhe acompanha
E a beleza também
Recordo que a deitei nos meus versos
Recordo que a amei entre palavras
Que não alcançaram os ouvidos dela
Ela só tinha olhos para ti caro amigo
Nesse contexto um poeta luta em vão
Novas lutas nem se erguem
Porque a tal dona já se destinou a outro. (05/03/17)


Dúvidas





Ouço tua boca
Nesta vida
Neste momento
Neste tempo
Nesta hora
Indago a mim se a voz que tenho nos ouvidos
É a mesma que ouço após o sonho
Tenho dúvidas
Recordo o sonho
Lavo o rosto
Olho-me no espelho
Nada de novo no que vejo
Tenho dúvidas
Tenho memórias do sonho
A tua boca não me sai dos olhos
Nem a tua voz dos meus ouvidos. (27/02/17)


Foi bom



Minha amada me comeu
O sono logo lhe visitou
Fiquei ao seu lado
Fiquei sem os seus fonemas
Fiquei a ouvir os seus roncos
Levei-os a uma linguagem
Que me revelou a sua voz
Dizendo-me que foi bom
Que foi bom. (17/02/17)



Poema do sol e da chuva



ao fazer chuva
guardei a chuva
ao fazer sol
guardei o sol
o vento achegou-se a mim
dei-lhe cabimento
ele assanhou os meus cabelos
e  me deixou palavras tuas
na minha boca. (09/02/17)