terça-feira, 2 de junho de 2009

O poeta e o capibaribe

Alcides, velho poeta de guerra,

Hoje percorri as margens do velho Capibaribe,

Nesta cidade do Recife, por onde as águas afortunam

E idiomas aquáticos praticam namoros e saudades...

Vi o rio em suas águas turvas e pensei em ti,

Que um dia percorreu estes caminhos saborosos,

Avistou suas margens,

A torre das igrejas, as várias pontes, o vai e vem dos barcos suaves

E o trânsito das pessoas...

Pensei em ti, poeta, e minhas lágrimas afogaram-se no Capibaribe...

Pensei em ti e o rio foi o espelho do passado,

Onde convergiu a tua imagem ás páginas do livro que lia...

Alcides, sabemos que a poesia

Tem sido para nós o  pão de cada dia, a misturar-se com pedras lapidadas,

Suor e lágrimas,

Páginas viradas entre consolos e alegrias,

O pó do caminho, a viragem da janela mais alta...

Alcides lembrei-me de ti ao lado do Capibaribe,

Vendo as águas calmas, socorrendo para longe

A fluidez de minhas palavras,

O abandono de minha saudade...

Alcides, velho poeta de guerra,

O mesmo rio que te embalou a vida – o velho Acaraú de tua terra,

Sobeja no Capirabaribe, também o sinto, como um pedaço daquelas águas,

Uma passagem de tristeza e de saudade...

 Dênis Melo

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